quinta-feira, 3 de março de 2011

Aliteração séria.

Ser sério é ser sereno
Soprar sortilégios
Sangrar semelhantes
Semear solidão
Sofrer.

(Altere, não alitere)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Andando na Paulista...

Andando na Paulista
Descobri que sou caipira
Que minhas rimas são pobres
E que o povo é pobre
Minha alma é pequena
Perto de prédios gigantes
Um sonho diminuído
Diluído na fumaça que cai
E que sai dos carros
Dos cigarros
E dos homens raros que
Gostam de arte!
A la carte
Numa cidade de horrores
De prantos escondidos
De homens caídos
É essencial saber que
A arte não é flor que se cheire
Nem prato que se coma
Por um homem em coma
Não procure a arte dentro de si
Ela está na Avenida Paulista.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Diz emprego desemprego

Sou ator, sou técnico de informática
Sou professor de inglês, sou carpinteiro
Sou arquiteto, sou da gramática
Sou aquele engenheiro com pós em matemática
Mestrado na Unicamp
Formado na Puccamp
Sou juiz forense de Juiz de Fora
E eu sou formado na USP!
Sou o cuspe
Que ninguém engole.
Estou na rua varrendo o chão
Pedindo em oração pra exercer minha vocação.
Mas no momento, meu Senhor, estou desempregado.

Palavras compostas...

Se um dia fosses flor
Queria ser um beija-flor
Se um dia fosses chuva
Queria ser um guarda-chuva
Se um dia fosses vento
Queria ser um cata-vento
Mas nunca, por favor, seja água
Aguardente faz mal e é errado.

Escuta:

Escuta:
Não é música
Escuta:
Não é aconchego
Escuta:
Não é barulho
Escuta:
Dá pra ouvir?
Esse barulho filho da
Mãe!
É a minha mãe.
Falando sem parar...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Momento de pausa...

Todos precisamos de uma pausa
Um momento de questionamento
Um contento pelo lamento
De questionar sua própria causa

Num tormento de atropelar
As ações pelos pensamentos
As canções pelos sofrimentos
Esquecemos de parar pra sonhar

Sonhar é a palavra chave
Num mundo onde o egoísmo é uma porta

Quero um lugar...

Que não pode ser medido
Que não pode ser comprado
Que só pode ser sentido
Que só pode ser mentira
Não quero somente
Eu preciso
Aprecio
Quero, quero, quero
Que você me ame
Que o mundo me ame
Uma peça num quebra cabeça
Não encontra seu lugar
Até quebrar muito a cabeça
Olhar-se de cima
E se amar
E se eu amar
Nada amarei senão esse meu lugar
No mundo