Sabe aqueles dias em que a gente senta na calçada
E fica olhando os carros cortarem a madrugada
Debaixo de uma chuva brutal
Esperando não se sabe o que, não se sabe quem?
Daí a gente sente o cheiro da chuva, das flores
Que lembra caramelo, que lembra doce, que lembra o amor
E sente fome de amar, e sente sede de beijar
E conta os minutos, e conta os segundos, e conta os carros
Hoje é exatamente um triste dia desses
Onde nada é exato, e tudo é triste
E a saudade insiste em jogar mais chuva
Pra esconder as lágrimas bobas que escorrem do rosto
Os pneus cantam, (e são péssimos cantores)
As flores murcham de alagadas
Tristes com a sua partida repentina
Elas precisam de você...
Talvez a estrada (da vida) me leve até você...
Talvez as nuvens parem de chorar...
Talvez os carros capotem...
Talvez eu saia de casa hoje mesmo e atravesse a noite, só pra te encontrar...