domingo, 10 de novembro de 2013

Hoje acordei querendo ser mais do que sou
Querendo ser mais do que já fui
E talvez mais do que serei

Tive medo, por um instante, de ter medo
E de deixar o coração pular da boca

Quis chorar como se não houvesse amanhã
Quis chorar para o peito parar de palpitar
Quis chorar pra não precisar lutar

Mas não quis chorar
É covardia chorar

Prefiro lutar pelos dias que virão
Mesmo que pareça em vão
Mas hoje, só por hoje, deixo a espada no chão

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Caveiras

Quando o relógio bate as sete
Todas as caveiras pegam o frete
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as oito
Todas as caveiras batem o ponto
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as nove
Todas as caveiras tomam Engov
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as dez
Todas as caveiras desenvolvem stress
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as onze
Todas as caveiras se escondem
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as doze
Todas as caveiras comem arroz
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate a uma
Todas as caveiras voltam a tumba
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as duas
Todas as caveiras trabalham assíduas
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as três
Todas as caveiras estão em morbidez
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as quatro
Todas as caveiras fazem gato
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as cinco
Todas as caveiras fogem do cinto
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Quando o relógio bate as seis
Todas as caveiras pagam as contas do mês
(Trampo e mais trampo vai chegar, trampo e mais trampo vai chegar)
Escrever
Não tento
Sem sentimento
Conhecimento
Lamento
Tormento
Não faz sentido.

sábado, 22 de setembro de 2012

Discurso

-Proceder com a procrastinação
-Alimentar a alienação
-Mediar o medo
-Discernir a discórdia
-Semear a sede
-Fomentar a fome
-Prometer a pobreza
-Lutar contra a liberdade
-Asfalto para todos
-Dignidade para poucos

Poder relativo

O poder relativo
Das relações hierárquicas
Me coage a pronunciar
Uma veracidade que entristece:
"O de cima sobe
e o de baixo desce"

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mô, No Cromia.

Onde estão as cores de outrora
Aquele Laranja da aurora
O Azul Anil  que fugiu do céu 
O Vermelho da amora?
As bandeiras coloridas das festas juninas
O riso Róseo das bocas alegres e carnudas das meninas
Os olhos Castanhos que brilhavam
O Rosa Gozado das Goiabas nascendo acima
dO Verde das gramíneas debaixo do sol Amarelo Amarelado.

Foi-se embora
Foi-se assim como tantas outras coisas
Há uns minutos atrás na cor da juventude
Agora
O mundo adulto está sendo impresso no preto e no branco
A tinta colorida está cara demais.
Está tudo caro demais
A única cor que rege o mundo é o Verde
o Verde das Verdinhas
as Verdinhas sujas, cinzas e feias.



domingo, 10 de junho de 2012

Obstáculos

Alguns obstáculos
De tão altos, intransponíveis
De tão pequenos, irrelevantes
De tão ideais, idealistas
Os inexistentes
Eu mesmo crio.